A inveja no mundo da dança


Todos sentimos inúmeras emoções ao longo de um só dia. No entanto, vivemos uma época de aparências. Deixamos transparecer emoções positivas para o mundo e reprimimos ou escondemos emoções negativas.

No mundo da dança as emoções, sentimentos e pensamentos estão presentes como em qualquer contexto. Mas, por ser um mundo tão particular, de tanta cobrança e competição estas questões ficam mais acentuadas. É como se tudo fosse sentido em dobro por bailarinos e professores.

Neste contexto de cobrança e competição algumas emoções aparecem em diversos bailarinos e alunos. Um sentimento em especial pode atrapalhar não somente seus pensamentos, mas também a sua evolução em dança. Este sentimento é a inveja.

Quando bailarinos sentem inveja seu olhar, pensamento e emoções ficam constantemente voltados para o outro. Ao invés de atentar-se para o seu próprio corpo e movimento seu olhar volta-se para o espelho buscando os outros colegas. Mas, afinal, por que sentimos inveja?

A inveja se baseia primeiramente em reconhecer algo no outro que gostaria de ter. Isso é aliado a percepção da própria incapacidade de chegar ao nível desta outra pessoa. Ou seja, o sentimento da inveja é ocasionado pela sensação de fracasso e incapacidade.

Ao invés de seguirmos conselhos como “deixa essa pessoa para lá” ou “fica longe dele que a inveja passa” que focam no outro devemos criar estratégias que foquem em nós mesmos. Afinal, de onde e quando surgiu esta sensação de incapacidade e fraqueza? Como posso fazer para me fortalecer internamente?

A inveja é algo muito comum em bailarinos. Devemos, ao invés de “esquecer” o outro (tarefa que se mostra quase impossível) buscar nos fortalecer e acreditar em nós mesmos. Uma limpeza interna é necessária.

Busque primeiramente um colega ou professor em quem confia. Converse. Busque um psicólogo que possa compreendê-lo melhor e fazer com que a inveja saia da sua vida e que possa voltar a evoluir normalmente na dança.

Autora: Maria Cristina Lopes