Alerta: Professores de ballet sem qualificação podem causar danos físicos e psicológicos


Muito tem visto, quase como uma “moda” a inserção do balé clássico em escolas infantis/berçários. Por vezes, para diminuir o trabalho de levar e buscar o filho em uma atividade extra-curricular e associar com o menor valor, muitos pais e até mesmo proprietários de escolas infantis acabam optando pelo balé na escola.

Em 2016, essa “moda” acabou sendo ratificada por conta da Lei 13.278 no qual a dança passa a ser considerada linguagem que constituirá o componente curricular e as instituições tem 5 anos para se adequar.

O que os pais não sabem, é que para ser Professor de Ballet requer anos de estudos específicos na área e constante atualização. Não basta saber dançar. Não basta ser bailarino. Uma pessoa sem qualificação pode causar danos físicos e psicológicos em uma criança e até mesmo no adulto. Não se contrata uma pessoa sem qualificação para ser o Pediatra, por exemplo, para cuidar da saúde de alguém.

Danos nos joelhos, quadris, entrar nas pontas sem o trabalho adequado, forçar o “em dehors” faz com que a pessoa diminua a vida útil nas atividades e por vezes até desistam das aulas pois não conseguem verdadeiramente executar a dança.

Os danos psicológicos por exemplo, seriam as frustrações de não conseguir realizar o passo devidamente pois o professor não sabe progressão de exercícios, em consequência não sabe ensinar. Seria também o sentimento de engano pelos anos dedicados a algo em vão. Já os danos físicos, estariam associados às dores nos joelhos tratadas usualmente como normais, o que não são, problemas de pisadura, quadris. Nas aulas de balé, o aluno tem a possibilidade de exercitar uma musculatura que na vida diária não trabalhamos e um trabalho errado pode ser extremamente danoso.

As aulas de balé clássico precisam ser planejadas e metodologicamente estudadas para ser ministradas pois do contrário, o barato inicialmente acaba saindo muito caro. E isso só é possível com um Profissional qualificado, preparado para esse mister.

Um professor de baby-class (criança com faixa etária entre 2 anos e meio a 6) precisa de maior qualificação e atenção nas aulas, pois os ossos e as emoções nessa idade são frágeis e ainda não estão completamente formados, bem como a necessidade de um código de linguagem adequado para passar a informação com precisão. Isso sem falar, da observação e vigilância constante por parte do professor no que se concerne aos movimento e postura do iniciante.

Assim, os pais precisam cobrar das escolas infantis qual a qualificação da pessoa que estará ministrando as aulas. Atente para alguns pontos necessários a ser analisados na hora de colocar seu/sua filho/a nas aulas de balé:

Pesquisar o tempo que essa pessoa está inserida no campo da dança, haja vista que primeiramente para ser professor, requer a necessidade de ser bailarino anteriormente.

Analisar a idade. Uma pessoa com menor idade não pode ter feito os cursos de treinamento e especializações por razões óbvias. Uma criança não pode dar aula para outra criança.

Solicitar a diplomação, os títulos dessa pessoa. Saber se a pessoa fez cursos e está apta a ministrar aulas.

Fiscalizar se a sala onde a criança faz as aulas é com o piso adequado, pois piso inadequado causa danos futuros nas pernas e musculatura.Muitas vezes, vemos pessoas com o famoso DRT Profissional, todavia, devemos atentar que esse registro NÃO qualifica para ministrar aulas. Existem cursos específicos para ser Professores.

Com essas dicas, iremos diminuir que muitos charlatães enganem pessoas encantadas com a arte do balé que desde os primórdios nos causam fascínio.

Autora: Anna Paula Cambahuba é Advogada inscrita na OAB seccional de Mato Grosso pelo nº 15.460, Mestre em Ballet Clássico pela Faculdade de Educação da Royal Academyof Dance, Professora Registrada da Royal pelo nº 920508 e Diretora do Allegro Studio de Artes em Cuiabá – Mato Grosso.

Referência: http://www.olhardireto.com.br/artigos/exibir.asp?id=8216, visualizado em 25/09/2017